Limites entre educação e assistência: uma análise histórica e política da educação brasileira compreendida entre a década de 1990 até a contemporaneidade
Resumo
O presente trabalho apresenta uma análise histórica da educação brasileira desde o final do século XX até os dias atuais, entrelaçando os movimentos das políticas públicas, abordando a Educação Infantil, em especial o atendimento às crianças em idade de creche. O atendimento à pequena infância veio desbravando o tempo e ultrapassando os limites da história, nos mostrando uma educação assistencialista e compensatória que insiste em perpetuar até os dias atuais. No decorrer desse estudo procuramos costurar a educação de creche e a infância em seus vieses políticos, culturais, sociais e pedagógicos, desenhando com linhas coloridas as marcas que o tempo projetou na educação e nos moldes do atendimento às crianças pequenas, e como contribuíram de forma direta e indireta para nossas práticas pedagógicas e conceitos de infância que utilizamos atualmente dentro das instituições. Para isso, abordaremos a pesquisa bibliográfica que nos permitiu caminhar pelo tempo e pelas mudanças sofridas na educação desde que ela foi reconhecida pela necessidade dos pais, que adentraram o mercado de trabalho com a Revolução Industrial, e intensificou-se pela necessidade governamental de atender a demanda dos filhos das mães trabalhadoras. Essa necessidade social trouxe ao seio político a tentativa de utilizar a educação e o atendimento às crianças pequenas como uma alavanca do desenvolvimento e da ascensão do país. Os resultados da pesquisa apontam diferentes entendimentos sobre crianças, com diferentes tipos de infância e mostram que os trilhos da Educação Infantil, nos levaram a conquistas garantidas em forma de legislações colocando as crianças como um sujeito de direitos, determinando a Educação Infantil como a primeira etapa da Educação Básica e garantindo a elas o atendimento desde o nascimento.
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