Análise do aumento do uso de benzodiazepínicos na região sudeste do Brasil durante a pandemia da covid-19:
uma reflexão psicossocial
Palavras-chave:
covid-19; isolamento; benzodiazepínicos; região sudeste.Resumo
A pandemia de Covid-19 trouxe inúmeros desafios para a sociedade mundial. As medidas de contenção e isolamento, as
milhares de mortes ocasionadas pela doença trouxeram o medo e a ansiedade. O medo da morte, da contaminação a perda de
entes queridos, e o desemprego despertaram a angústia e a solidão. Todos esses fatores em conjunto desencadearam problemas
psíquicos como insônia e crises de pânico. Esses fatores levaram à busca por tratamentos com ansiolíticos, benzodiazepínicos e
por terapeutas que se apresentaram escassos nesse período. Tal problemática atingiu um número enorme de pessoas, despertando não só problemas de saúde psíquicos, mas também econômicos e sociais. O presente trabalho buscou analisar a dispensação de Benzodiazepínicos (BZDs) durante o período de janeiro de 2020 a agosto de 2021 na região Sudeste do Brasil utilizando dados disponíveis do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC). O estado com maior média de dispensação de BZDs no período foi o Estado de São Paulo, com média de 37%, seguido de Minas Gerais, 34%, Rio de Janeiro, 24% e Espírito Santo, 5%. As mulheres são as principais usuárias de BZDs com consumo de cerca de 63% em média, enquanto os homens correspondem a 37% de unidades dispensadas. O BZD com maior dispensação no período em média foi o clonazepam com 44.5% do total, seguido do alprazolam 30%, 15% bromazepam, 6% lorazepam e 5.5% diazepam. Neste contexto, é importante analisar como o uso desses medicamentos impactou a saúde da população na pandemia (COVID-19), uma vez que
esses medicamentos devem ser receitados para uso monitorado a curto prazo, pois causam dependência e tolerância.