Tributação e desigualdade social:

análise da relação entre o sistema tributário e sua influência na distribuição de renda no Brasil

Autores

  • Henrique Francisco Seixas Faculdade Santa Lúcia
  • Jully Magalhães Silva Faculdade Santa Lúcia

Palavras-chave:

Tributação; desigualdade social; justiça fiscal; concentração de renda.

Resumo

O presente artigo tem como objetivo examinar de forma crítica a relação entre o sistema tributário brasileiro e a distribuição de
renda, destacando os impactos da tributação na intensificação das desigualdades sociais. Para tanto, analisa os fundamentos constitucionais da equidade fiscal, enfatizando princípios como isonomia, capacidade contributiva, progressividade e seletividade, previstos na Constituição Federal de 1988, mas muitas vezes aplicados de forma limitada na prática. A partir da Declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física, a pesquisa evidencia como o modelo vigente tende a privilegiar rendas de capital, em especial lucros e dividendos isentos, enquanto onera de maneira desproporcional a renda do trabalho e o consumo, o que contribui para a regressividade estrutural do sistema. O estudo também demonstra que o peso excessivo dos tributos indiretos, somado à desoneração do capital e às distorções na arrecadação do IR, resulta em uma carga tributária regressiva, que compromete proporcionalmente mais os contribuintes de menor renda. Nesse cenário, os trabalhadores assalariados e os mais pobres acabam sendo os maiores penalizados, enquanto os grupos de alta renda se beneficiam de brechas legais e renúncias fiscais. Além disso, são discutidas fragilidades estruturais, como a ausência de efetividade na tributação patrimonial e as dificuldades em consolidar
uma justiça fiscal que atenda aos objetivos constitucionais de redução das desigualdades. Por fim, a pesquisa conclui que,
embora o sistema tributário possua instrumentos potenciais de redistribuição de renda, sua aplicação concreta ainda reforça a concentração econômica e social. Destaca-se, assim, a necessidade de reformas que priorizem a progressividade,
combatam a regressividade e garantam maior equidade, de modo que a tributação se consolide como mecanismo efetivo
de justiça social no Brasil.

Biografia do Autor

Henrique Francisco Seixas, Faculdade Santa Lúcia

Doutorando em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas-PUC - Campinas. Mestre em Direito pela Universidade Metodista de Piracicaba-UNIMEP (2014), Especialista em Direito e Processo do Trabalho pela Anhanguera-UNIDERP (2010) e Graduado em Ciências Jurídicas e Sociais pelo Centro Regional Universitário de Espírito Santo do Pinhal/SP (2000). Atualmente é Professor da Faculdade Santa Lúcia de Moji Mirim ministrando aulas nos cursos de Direito e Administração, lecionando aulas de Direito Administrativo e Prática Jurídica -Direito Administrativo para o curso de Direito e aulas de Legislação Tributária para o curso de Administração, instituição em que também é orientador de trabalhos de conclusão de curso (TCC). Supervisor do Estágio Supervisionado do Curso de Direito na Faculdade Santa Lúcia de Moji Mirim. Tem experiência na área de Direito, como Advogado e Professor Universitário com ênfase em Direito Administrativo, Direito do Trabalho e Processo do Trabalho. Assessor Jurídico do Centro Guaçuano de Educação Profissional / Governador Mário Covas / CEGEP.

Jully Magalhães Silva, Faculdade Santa Lúcia

Este artigo é parte integrante de Trabalho de Conclusão de Curso defendido em setembro de 2024 pela
discente Jully Magalhães Silva, como pré-requisito para obtenção do título de Bacharel em Direito pela
Faculdade Santa Lúcia, sob orientação de Prof. Dr. Henrique Francisco Seixas.

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Publicado

2025-11-24

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Artigos