Autores
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Laura Oliveira Alberti
Instituto de Estudos e Pesquisa em Psicanálise nos Espaços Públicos (IPEP)
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Hyamhara Amélia Ramos
Faculdade Santa Lúcia
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Alex Barreiro
Faculdade Santa Lúcia
Palavras-chave:
inclusão escolar; autismo; psicanálise; famílias; instituições; lógica não-todo.
Resumo
O estudo analisa as tramas discursivas que configuram a relação entre famílias e escolas na inclusão de crianças autistas,
a partir de entrevistas qualitativas com mães e gestoras escolares. Fundamentado na psicanálise e nos conceitos de
transferência, luto, borda autística e lógica do não-todo, o trabalho problematiza a inclusão como prática tensionada pela
incompletude de pessoas autistas e instituições. As narrativas revelam que o autismo desestabiliza posições simbólicas e
convoca rearranjos nos modos de laço, expondo o desencontro entre ideais normativos escolares e as singularidades da pessoa
autista. Evidencia-se que a imposição de padrões adaptativos compromete a experiência de alteridade e intensifica o mal-estar, enquanto a escuta clínica oferece vias para elaboração compartilhada. A pesquisa sustenta que a inclusão não se realiza como totalidade, mas como processo ético e inventivo, implicando políticas e práticas pedagógicas que reconheçam o limite e a diferença como condições constitutivas do vínculo educativo. Isto é, abrir-se a escuta do que deve ser criado.
Biografia do Autor
Laura Oliveira Alberti, Instituto de Estudos e Pesquisa em Psicanálise nos Espaços Públicos (IPEP)
Graduada em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais/PUCMinas (2011) e mestra em Sociologia pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas/UNICAMP-IFCH (2017), formação em Psicanálise pela Escola Freudiana de Belo Horizonte/Instituto de Estudos Psicanalíticos/IEPSI-BH (2019). Atua como Psicanalista em consultório particular (Campinas/SP e Belo Horizonte/MG), é pesquisadora do Instituto de Pesquisa e Estudos em Psicanálise nos Espaços Públicos/IPEP e integrante do Coletivo Estação Psicanálise: dispositivo de escuta psicanalítica no espaço público, região central da cidade de Campinas. Coordena grupo de estudos sobre Psicanálise e Gênero. Tem experiência na área de Ciências Sociais, Ciências Humanas e Psicanálise.
Hyamhara Amélia Ramos, Faculdade Santa Lúcia
Este artigo é parte integrante de Trabalho de Conclusão de Curso defendido em novembro de 2024
pela discente Hyamhara Amélia Ramos, como pré-requisito para obtenção do título de Bacharel em
Psicologia pela Faculdade Santa Lúcia, sob orientação de Prof. Dr. Alex Barreiro, e co-autoria de MSc.
Laura Oliveira Alberti.
Alex Barreiro, Faculdade Santa Lúcia
Psicanalista. Pós-doutorando pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas. Doutor em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (2019) e mestre em Educação pela mesma instituição (2014). Pós-graduado (especialista) em História, Sociedade e Cultura pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2012). Possui Bacharelado e Licenciatura em História pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (2009) e licenciatura em Pedagogia (2018). Atualmente é professor no Ensino Superior nas Faculdades Integradas Maria Imaculada (FIMI) e Santa Lúcia, onde integra o Comitê de Ética e Pesquisa da FIMI e ministra aulas nos cursos de Psicologia e Pedagogia. Atua no Ensino Fundamental (séries finais) na rede municipal de Mogi Guaçu (SP) e coordena os atendimentos as crianças autistas no Núcleo de Psicologia Aplicada da Faculdade Santa Lúcia. É membro do IPEP - Instituto de Pesquisa e Estudos em Psicanálise em Espaços Públicos e coordenador do Gepapsi (Grupo de Estudos e Pesquisas em Psicanálise e Autismo) atuando nos respectivos temas: psicanálise, autismos, gêneros e sexualidades.